quinta-feira, 23 de abril de 2015

IX Seminário de Saúde do Trabalhador de Franca



O “IX Seminário de Saúde do Trabalhador de Franca “Terceirização, Precarização e Agravos à Saúde dos Trabalhadores” e VIII Seminário “O Trabalho em Debate” têm como eixo principal de análise a questão da terceirização-precarização do trabalho em tempos de globalização do capital, com destaque às consequências para a saúde dos trabalhadores no Brasil.

As mudanças ocorridas no mundo do trabalho nas últimas décadas levaram à incorporação de novos métodos na gestão e organização do trabalho, à adoção de novos aparatos produtivos e implicaram em mudanças substantivas nos processos de trabalho e nas legislações trabalhistas que foram intensamente flexibilizadas no primeiro decênio deste século.

Estas mudanças, que puderam realizar-se graças a um modelo de Estado que prioritariamente voltou-se aos interesses do capitalismo global e substituiu formas tradicionais de proteção social por programas focais e emergenciais, trazem consequências para a saúde dos trabalhadores.

No Brasil, os efeitos da reestruturação produtiva e da adoção de políticas de cunho neoliberal atingem de forma mais nefasta a classe trabalhadora já que aqui os direitos do trabalho e sociais ocorreram tardiamente e o conjunto da classe trabalhadora carrega as marcas estruturais da desregulamentação do trabalho, da informalidade, do subemprego e do desemprego.

A terceirização da produção e do trabalho, que não é um fenômeno novo, mas que se expandiu assustadoramente a partir dos últimos trinta anos, intensifica o desgaste da saúde dos trabalhadores. A terceirização é significativa para os ganhos do capital, mas não oferece aportes essenciais para o trabalho. Pesquisas têm revelado que o trabalho terceirizado gera insegurança, instabilidade e medo no trabalhador, pilares para o processo de adoecimento no/pelo trabalho.

Assiste-se ao crescimento de uma variedade de formas contratuais do trabalho não limitadas ao interior das empresas. A terceirização do trabalho, embora não seja invenção do século XXI, é a tendência predominante das alterações do modo de produção capitalista que impõem o trabalho autônomo praticado em casa ou nos pequenos empreendimentos localizados nas periferias das cidades, como é o caso das bancas de pespontos de calçados em Franca, SP.

O crescimento da terceirização fragiliza não apenas o caráter da formalidade do trabalho, mas também a organização coletiva do trabalho. O caráter fragmentário dos vínculos contratuais reverberam na fragmentação dos interesses de classe e, diante disto novos desafio se impõem aos sindicatos.

O “IX Seminário de Saúde do Trabalhador de Franca “Terceirização, Precarização e Agravos à Saúde dos Trabalhadores e VIII Seminário “O Trabalho em Debate” se propõem a discutir com a comunidade acadêmica, sindicatos de trabalhadores, representantes de organismos governamentais e sociedade em geral os principais problemas que afetam a saúde dos trabalhadores.

Cabe destacar também que este evento é, sobretudo, reunião científica que se destina a discutir e debater as mudanças afeitas ao mundo do trabalho e seus vínculos com os agravos à saúde relacionados ao trabalho, envolvendo renomados pesquisadores da área, alunos de pós-graduação e graduação de importantes universidades públicas e privadas do país. No decorrer das suas edições este evento tem se ampliado, inclusive para a edição deste ano, estaremos contando com a participação de professores internacionais como Michel Löwy - CNRS- França; Antonio Infranca -Italia/ Universidade de Buenos Aires; Patricia Laura Torriglia, UFSC, Santa Catarina e Raquel Varela- Universidade Nova Lisboa. Este evento é importante também porque se realiza na extensão da universidade com a comunidade, à medida em que cria  um debate e prima pelas possíveis soluções, além do incentivo às pesquisas que abordam a temática trabalho e saúde.

Os Seminários “IX Seminário de Saúde do Trabalhador de Franca “Terceirização, Precarização e Agravos à Saúde dos Trabalhadores”  e VIII Seminário “O Trabalho em Debate” são organizados de forma interinstitucional, com o envolvimento ativo de duas Universidades Públicas, UNESP-Franca e USP- Ribeirão Preto e duas entidades representativas dos trabalhadores: Sindicato dos Sapateiros de Franca (localizado a rua padre Anchieta, centro) e Confederação Nacional dos Trabalhadores da Industria (CNTI).

Portanto, a proposta de fomentar o diálogo entre a academia, a comunidade, os organismos governamentais e representantes dos trabalhadores sobre as relações sociais de trabalho e a saúde dos trabalhadores é de extrema relevância para o tripé Ensino, Pesquisa e Extensão.

Nesta  edição  o  Seminário  de  Saúde  do  Trabalhador  presta   homenagem  a  


Portinari, nascido em Brodowski  é considerado um dos artista mais prestigiados do Brasil . Muitas de suas obras retratam gente simples, trabalhadores, alguns deles desta região.

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